O Bié é uma província multi étnica, sendo as principais etnias os Bienos e os Bailundos. Esta província foi fortemente destruída pela guerra e até aos dias de hoje o governo provincial tenta não só reconstruir as infraestruturas sociais e produtivas, bem como captar investimento nacional e estrangeiro de forma a poder dinamizar a economia local. A agricultura nesta província é uma atividade fortemente marcada pelo pós guerra devido á existência de muitos campos minados, em 2004 existiam identificados 378 zonas agrícolas por desminar. No entanto no Bié a agricultura produz citrinos, arroz, feijão, milho sisal, banana, café batata-doce, massambala. No minério destaca-se o ferro, manganésio, diamantes e minerais radioativos. É na província do Bié que nascem alguns dos principais rios de Angola sendo a mais rica bacia hidrográfica do país.
Clima: predominantemente oceânico e subtropical húmido.
A Província do Bié é um território habitado por grupos étnicos bantus (ovimbundos) com poucas diferenças entre si, onde destacam-se os bienas e os bailundos.
Formação do Reino do Bié
As férteis terras altas do Planalto Central de Angola, também conhecidas como nano, eram tradicionalmente cultivadas pelos povos bantos antes da chegada dos bienas e bailundos. A invasão do início do século XVII, pelos povos bangalas, levou a uma fusão das duas populações e a subsequente criação dos reinos ovimbundos. Assim nascia um dos estados ovimbundos mais poderosos, o reino do Bié, com muitas ombalas (aldeia/cidade principal) e aldeias sob sua tutela. Sua formação política se deu entre o século XVII e XVIII.
Conquista e fixação portuguesa
A região foi explorada pela primeira vez por mercadores portugueses em meados do século XVII, iniciando o comércio de escravos, marfim, cera de abelha e borracha. Confrontos ocasionais entre portugueses e os povos que habitavam no território da província do Bié ocorreram nos séculos XVIII e XIX. Exércitos particulares pertencentes a comerciantes e chefes tribais lutavam entre si pelo controle das rotas comerciais. Após os portugueses derrotarem o reino do Bié e o reino Bailundo na guerra de 1774-1778, os povos do planalto permaneceram em paz compartilhando o controle das rotas comerciais com o poder colonial. A sede pelo controle da região levou a algumas campanhas militares, que transformaram-se em grandes exercícios bélicos que marcaram a mudança nos rumos do colonialismo lusitano, como foi o caso da Segunda Guerra Luso-Ovimbundo (1890-1904). Este foi um conflito armado, ocorrido em território bieno, entre os reinos dos povos ovimbundos, principalmente na figura dos reinos Bailundo, Huambo e Bié, contra o Império Português, motivado pela ambição colonial pelo controle das rotas comerciais e pelo súbito declínio do preço da borracha de raiz. Portugal venceu e subjugou os povos do planalto central, restando somente um último grande bastião de resistência no reino Cuanhama.
Fundação do distrito do Bié
Em 1902 é fundado o concelho do Bié, dependente do distrito de Benguela e a 2 de janeiro de 1922 é criada a câmara municipal do Cuíto; pelo decreto nº 134 de 1 de maio de 1922, do então alto-comissário Norton de Matos, surge o distrito do Bié tendo sido seu primeiro governador, Manuel Espregueira Góis Pinto.
Período das guerras
O Bié foi muito atingido pela Guerra de Independência de Angola, porém os conflitos somente atingiriam a região em cheio no final da década de 1960, nos confrontos entre Portugal, MPLA e UNITA. Durante a "Frente Leste", o MPLA, através da III Região Militar, mantinha uma grande frequência de ataques do então distrito. Em 1973 a UNITA conseguiu expulsar as últimas unidades do MPLA ainda operantes em Bié. Durante Guerra Civil Angolana a região permaneceu como um dos grandes bastiões da UNITA, sendo a última área sob domínio de Jonas Savimbi, quando este foi morto em 2002.
Fonte: Wikipedia
Foi comerciante/explorador português deu nome á cidade do Kuito que antes se chamava Silva Porto