A província de Cuando Cubango faz fronteira com República da Zambia a leste, com a República da Namibia a sul e a oeste pelas províncias Cunene e Huíla. A população compões-se dos grupos étnicos ganguelas, chócues, xindongas, ovambos e coissãs. A província caracteriza-se por uma dispersão destes povos e de uma mobilidade geográfica. Cuando Cubango é das províncias Angolanas com maior diversidade de fauna, pode-se observar nos seus parque nacionais e coutadas palancas, elefantes, rinocerontes, hipopótamos, leões, hienas, leopardos (onça-do-cabo-verde), búfalos-africanos, javalis, avestruzes, aves e répteis variados.
A província de Cuando-Cubango têm boa parte do seu território coberto por parques nacionais e reservas ambientais, principalmente localizadas no leste e no sul, somando 22.610 quilômetros quadrados. Destacam-se as seguintes áreas de proteção, os Parques Nacionais do Luengué, de Luiana, do Longa-Mavinga e do Mucusso. A província de Cuando Cubando faz parte do projeto internacional ATFC KAZA ( Área transfronteiriça de conservação do Kavango Zambeze) que é um projeto que pretende estabelecer uma área transfronteiriça de conservação e turismo de classe mundial nas regiões da Bacia do Rio Okavango e do Zambeze, Angola Botswana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe no contexto de desenvolvimento sustentável.
Se pretender visitar estas reservas naturais e coutadas publicas, tem de pedir apoio e autorização ás autoridades locais e deve organizar minuciosamente a visita, pois existem grandes distancias entre os diferentes pontos de interesse, em que não existe apoio nem populações.
Clima: predomínio do clima subtropical húmido e clima semiárido quente no extremo sul da província
Antes do domínio colonial Português a região ficou sob zona de influência de diversas entidades nacionais africanas, com destaque para o Império Monomotapa, que dominou o comércio e as aldeias locais até meados do século XVI, e; o Império Lunda, até o último quarto do século XVII. Com a fragmentação dos lundas e a formação do Estado Lunda-Chócue, os povos ganguelas, principalmente na figura do País dos Ganguelas, entraram em acordo de confederação com os chócues, tratado que perdurou até o início do século XIX.
Formação política dos ganguelas e guerras contra Portugal
No século XIX, o País dos Ganguelas passou a tomar mais autonomia para si, principalmente após a subida ao trono ganguela de Muene Vunongue. Durante o reinado deste houve grande prosperidade econômica. A conferência de Berlim, entretanto, sacramentou a divisão dos territórios ao longo das bacias do Cuanavale, Cunene e Cubango entre os alemães, portugueses e britânicos, cabendo aos colonizadores a ocupação definitiva das áreas. Esta política colocou o País dos Ganguelas em rota de colisão com as potências europeias, levando a vários combates contra os invasores portugueses, alemães e britânicos durante o século XIX.[3] Embora sem material bélico suficiente, os conflitos e revoltas lideradas pelo rei Muene Vunongue causaram importantes baixas aos inimigos. Em outro aspecto, o País dos Ganguelas construiu aliança militar com os reinos Cuvango e Cuanhama.[3] Em 1886 o rei Muene Vunongue foi ferido mortalmente em batalha contra as tropas portuguesas. O rei conseguiu fugir até Menongue, a capital, mas morreu dias depois devido infecção.
A fortificação colonial e as incursões alemãs
Portugal agiu rápido após a morte de Muene Vunongue e enviou uma missão de exploração chefiada pelo major Alexandre Serpa Pinto, que acabou construindo o Forte Muene Vunongue, marcando o fim da autonomia dos ganguelas. Em 31 de outubro de 1914, durante a Campanha de Cubango-Cunene, na Campanha do Sudoeste da África, as tropas alemãs invadiram o Forte de Cuangar, no território da província, e massacraram as tropas portuguesas ali estacionadas. A batalha ficou conhecida como o Massacre do Cuangar. Em 1915 os portugueses expulsariam os alemães do Cunene e do Cuando-Cubango.
Formação administrativa
Em 1920 Portugal resolve criar o distrito do Cubango, tornando, somente em 1921, a povoação de Serpa Pinto em vila, fato que permitiria que a mesma tomasse o estatuto de capital distrital. Em 1934 o distrito sofre revés administrativo, sendo extinto. Em 21 de outubro de 1961, pelo diploma legislativo ministerial nº 51, recria-se o distrito do Cuando-Cubango, estabelecendo Serpa Pinto como sua capital, que, nesta mesma data, foi elevada à categoria da cidade.
Período das guerras
No final da década de 1960 o MPLA é o primeiro movimento a remover a presença portuguesa da região, com a formação da "Frente Leste". A vitoriosa III Região Militar consegue pressionar tanto Portugal, quanto a UNITA até 1973, quando o movimento perde o controle da região. A partir de 1973, alguns municípios como Mavinga, Dirico, Cuchi e Cuito Cuanavale, serviram como bases de apoio à guerrilha da UNITA, sendo por isso esta província designada pelos apoiantes daquele movimento, como "terras livres de Angola". Durante este período, Cuando-Cubango serviu como a primeira base da UNITA, liderada por Jonas Savimbi. O movimento rebelde recebia apoio dos EUA e da África do Sul como parte da Guerra Fria contra o MPLA, que recebia apoio, principalmente, da União Soviética e de Cuba. A província do Cuando-Cubango principalmente os municípios de Mavinga e Cuito Cuanavale, foram os principais palcos de grandes combates durante a guerra civil, de 1975 a 1991. Neste último município ocorreu a histórica batalha de Cuito Cuanavale, ponto chave da virada da guerra em favor do MPLA. A UNITA manteve sua base clandestina nas redondezas da vila de Jamba-Cueio, que era protegido por armas anti-aéreas. A UNITA só abandonou completamente estes territórios no final de 2001, quando da ofensiva das Forças Armadas Angolanas.
Fonte: Wikipedia
Símbolo histórico e cultural da resistência do povo Nganguela que lutou contra a ocupação e o colonialismo português naquela época( 1800- 1886)