A província do Huambo é umas das mais ricas do país. Os seus municípios são: Huambo, Bailundo, Cachiungo, Chicala-Choloanga, Chinjenje, Ecunha, Caála, , Londuimbale, Longonjo, Mungo e Ucuma. A província do Huambo está localizada a sul do Cuanza Sul a norte de Huíla e a este faz fronteira com o Bié e a oeste com Benguela. Foi uma província fortemente devastada pela guerra. Com o financiamento da China e o acordo entre os governos de Angola e da Zâmbia para a reconstrução do caminho de ferro, veio marcar de forma positiva o inicio da reconstrução das infraestruturas da província. É no Huambo que podemos encontrar o ponto mais alto de Angola, o morro do Moco, com cerca de 2620 metros de altitude.
Património Natural: Província bastante rica na diversidade da sua fauna e flora. Na fauna destaca-se a grande quantidade de árvores de porte médio em especial as plantações de eucaliptos, cedros, pinheiros, grande diversidade de plantas medicamentosas, comestíveis e de decoração. Na flora na província do Huambo pode se encontrar diversos animais de grande porte: elefantes, hipopótamos, rinocerontes cinzentos, girafas, leões, leopardos e varias subfamílias de antílopes. Nos lagos da região também podem ser observados jacarés, cobras mambas, surucucus, diversos outros tipos de repteis incestos e aves.
Economia: O Huambo conta com mais de 200 unidades fabris em funcionamento, o que envolve a metalomecânicas, industrias químicas, materiais de construção. exploração de inertes, fabrico de bebidas, plásticos, colchões e carteiras. Possui ainda o Pólo de Desenvolvimento Industrial da Caála, localizado numa área do município adjacente aos Caminhos-de-Ferro de Benguela. A economia da região também é fortemente impulsionada pelas boas redes transportes o Caminho de Ferro de Benguela, o Aeroporto Albano Machado, o porto do Lobito e as rodovias transafricanas. A agricultura da província representa 60% da sua atividade económica, As principais produções de agropecuária são: citrinos, batata, batata-doce, arroz, feijão, trigo, hortícolas de toda a sorte, gado bovino, cavalar, caprino, suíno e ovino, além de criações de galináceos.
Clima: Clima tropical de Altitude
A província do Huambo é um território habitado por três grupos étnicos bantos (ovimbundos) com poucas diferenças entre si: huambos, bailundos e sambos, com pequenas manchas de ganguelas e quiocos de fraca expressão demográfica. Pouco se sabe sobre o modo como estas populações aqui se fixaram. A História mistura-se com lenda, tornando a separação quase impossível. Existe apenas a certeza que desceram do norte, após um permanecerem algum tempo perto do rio Cuanza.
Migração e formação dos ovimbundos
A Rainha Ana de Sousa Ginga, que na primeira metade do século XVII viveu no centro de Angola, havia sustentado uma luta prolongada aos portugueses, colaborando com os holandeses, então senhores de Luanda, por interesse próprio e na medida das suas conveniências. Após a expulsão dos holandeses por Salvador Correia, estando Ginga submetida à autoridade de Portugal, o receio de represálias dos portugueses levou a que sambos, huambos e bailundos, que a haviam apoiado, abandonassem os seus territórios, afastando-se para longe da capital. Nesta migração estes povos levaram à sua frente todos quantos encontraram pelo caminho, em particular os ganguelas, assim forçados a transferir-se para as margens do Cubango.
As férteis terras altas do Planalto Central de Angola, também conhecidas como nano, eram tradicionalmente cultivadas pelos povos bantos antes da chegada dos bailundos e huambos. A invasão do início do século XVII, pelos povos bangalas, levou a uma fusão das duas populações e a subsequente criação dos reinos ovimbundos. Os huambos instalaram-se inicialmente na Caála, onde ainda hoje se encontra a sepultura de Wambu-Kalunga ("Grande-Mar"), seu soberano, ladeada de duas outras, que se julga serem, segundo uns, de dois escravos sacrificados para o servirem no além ou, segundo outros, de duas das suas numerosas mulheres. Segundo a lenda, Wambu era um grande apreciador de carne humana, em especial as tenras crianças, motivando parte do seu povo a abandoná-lo, uns fugindo para a Ganda e outros para o Candumbo. Ao longo do tempo, muitos outros reis passaram por ali, e o nome manteve-se inalterado até à chegada dos portugueses, que o aportuguesaram, passando então a chamar-se Huambo no lugar de Wambo.
Os séculos XVII e XVIII foi marcado pela formação política dos povos que habitaram o território da província de Huambo, com a construção de inúmeras ombalas (aldeia/cidade principal) e aldeias, e a configuração dos principais reinos, o Bailundo e o Huambo.
Conquista e fixação portuguesa
A região foi explorada pela primeira vez por mercadores portugueses em meados do século XVII, iniciando o comércio de escravos, marfim, cera de abelha e borracha. Confrontos ocasionais entre portugueses e os povos que habitavam no território da província huambina ocorreram nos séculos XVIII e XIX, ocorrendo nas duas principais artérias comerciais regionais de Benguela-Caconda Nova e Catumbela-Norte do Huambo. Exércitos particulares pertencentes a comerciantes e chefes tribais lutavam entre si pelo controle da rota comercial sulista. Após os portugueses derrotarem o reino Bailundo e o reino Bié na guerra de 1774-1778, os povos do planalto permaneceram em paz compartilhando o controle das rotas comerciais com o poder colonial.
A sede pelo controle da região levou a algumas campanhas militares, que transformaram-se em grandes exercícios bélicos que marcaram a mudança nos rumos do colonialismo lusitano, como foram as Guerras do Nano (segunda metade do século XIX) e o caso da Segunda Guerra Luso-Ovimbundo (1890-1904). Este último foi um conflito armado, ocorrido principalmente em território huambino, entre os reinos dos povos ovimbundos, principalmente na figura dos reinos Bailundo, Huambo e Bié, contra o Império Português, motivado pela ambição colonial pelo controle das rotas comerciais e pelo súbito declínio do preço da borracha de raiz. Portugal venceu e subjugou os povos do planalto central, restando somente um último grande bastião de resistência no reino Cuanhama.
Somente após essa grande guerra é que a província foi fundada, a 21 de Setembro de 1912, sendo à época, com maior a população até antes da Guerra de Independência de Angola. Portugal a chamou inicialmente de "Província de Nova Lisboa".
Da década de 1910 à década de 1960
A cidade de Huambo, capital da província do mesmo nome e uma das maiores cidades de Angola, foi refundada em 21 de agosto de 1912, pelo alto-comissário General Norton de Matos. Havia sido destruída durante a Segunda Guerra Luso-Ovimbundo. Denominada Nova Lisboa em 1928, recuperou o nome anterior após a independência, em 1975. Nesse período começa a atravessar o território da província o Caminho de Ferro de Benguela, além da melhoria das estradas de comunicação com o leste, a EN-250 e a EN-260, ligando de maneira mais efetiva essa porção do território angolano. A produção agrícola se reforça nesse período, trazendo inúmeros dividendos econômicos à população. A capital Huambo começa a receber inúmeros equipamentos coloniais como hospital, escolas, teatro, estações de transporte, cinema, ctc., embelezando-se.
Período das guerras
Na década de 1970, durante a Guerra de Independência de Angola, quando esta atingiu seu ápice na colônia, a UNITA e o MPLA tinham um acordo tácito de não-agressão visando a derrota dos Portugueses na região do Huambo, de Benguela e do Bié. Assim, ambos os grupos conseguiram praticamente por termo a influência lusitana na província do Huambo já em 1973. Porém a Revolução dos Cravos e o Acordo do Alvor viria alterar esse panorama de entendimento entre os grupos guerrilheiros, fazendo surgir uma hostilidade; tal ponto culminou que o MPLA declara a independência do país na capital, Luanda, enquanto que UNITA e FNLA fazem o mesmo na cidade do Huambo. O acontecimento gera o estopim da Guerra Civil Angolana. O Huambo permanece no início da guerra civil como área de influência da UNITA, sofrendo diversos ataques do MPLA, embora que a UNITA consiga manter sua presença mais efetiva nas zonas rurais. Com o apoio das Forças Armadas de Cuba ao MPLA e a expulsão da Força de Defesa da África do Sul, a UNITA perde força e deixa de operar no Huambo, em 1988. Nos Acordos de Bicesse consegue-se uma trégua na guerra e a garantia de eleições. O resultado eleitoral, com vitória para a MPLA, é contestado por Jonas Savimbi e pela UNITA, fazendo ocorrer no Huambo um dos mais sangrentos episódios da guerra, em 1992, durante a batalha que ficou conhecida como a Guerra dos 55 Dias, onde ocorreram os fatídicos episódios do bombardeamento do Canhé e da perseguição às caravanas de refugiados e de militantes do MPLA. Em 1994, a uma semana da assinatura de um acordo de paz, o governo de Angola iniciou um extenso ataque ao quartel general da UNITA na cidade de Huambo, fazendo fugir os comandantes guerrilheiros, praticamente cessando a guerra na província.
Reconstrução
A província encontrava-se muito devastada pela guerra em 2002, quando inicio-se a reconstrução das infraestruturas. O grande marco reconstrutor se deu com a reabertura do Caminho de Ferro de Benguela.
Fonte: Wikipedia
A província do Huambo destingue-se como a principal produtora de morangos de Angola.