Malange

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Capital Malange
População 1 108 264 Hab. (2018)

É constituída por 14 municípios: Cacuso, Caombo, Calandula, Cambundi-Catembo, Cangandala, Cuaba Nzogo, Cunda-Dia-Baze, Luquembo, Malanje, Marimba, Massango, Mucari, Quela e Quirima. A província situa-se no norte de Angola e a sua altura varia de 500 a 1500 metros em relação ao nível do mar, registrando alguns de seus maiores pontos culminantes em altitude na Serra de Tala Mungongo. Outras formações rochosas importantes são as Pedras Negras de Pungo Andongo.

Economia: A economia da região  assenta essencialmente na agricultura. A culturas predominantes são: mandioca, arroz, algodão, milho, batata-doce, ginguba, girassol, feijão, soja e hortícolas, na pecuária criação de os rebanhos no gado bovino, além de caprinos, suínos e ovinos. Outra criação de animais de relevo, para carne e ovos, está nos galináceos. Existe também produção e corte de madeira e atividade piscatória no rio Cuanza.  No sector da Industria, o polo industrial está localizado na capital, são produzidos, materiais de construção, tabacos, transformação alimentar. Importante  também para a economia da província é a central hidroelétrica de Capanda. 

Património Natural: Um dos principais pontos de atração da qual dispõe Malanje é o Parque Nacional da Cangandala, que é uma reserva de proteção de diversas espécies, além de ser muito apreciado pelo eco-turismo.

Clima: O clima predominante em Malange é savana tropical. Em Malanje, a estação com precipitação é morna, húmida e de céu encoberto; a estação seca é quente e de céu quase sem nuvens. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 12 °C a 33 °C e raramente é inferior a 10 °C ou superior a 34 °C.


Localização

Malange

Malange
Superfície 98 302 km²
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História

Antes da chegada dos portugueses, a região de Malanje estava sob domínio do poderoso reino da Matamba, havendo também certa influência do reino do Congo. Outro reino que tinha presença na área era o reino de Cassange.

Conflitos entre Portugal e o reino Ndongo-Matamba

Na influência da ocupação holandesa de Angola e da reconquista de Angola, a rainha Njinga Mbandi, monarca do reino do Ndongo, conquistou as terras do reino da Matamba, em 1630, e proclamou-se rainha do Reino Unido Ndongo-Matamba. Os portugueses tiveram que os defrontar depois de 1648, quando a rainha Ana de Sousa Ginga aí se fixou. Como resposta militar ao Reino Unido Ndongo-Matamba, em 1671 as autoridades coloniais lusitanas erguem a Fortaleza-Presídio de Pungo-Andongo.

A interferência militar dos portugueses no reino foi crescendo cada vez mais, até que estes conseguiram impor um rei à sua escolha ao trono de Ndongo-Matamba, em 1763, subjugando a região ao distrito do Golungo Alto.

Guerras da Baixa de Cassange

Em 1838 Portugal resolve construir o presídio de Calandula, transferindo, em 1843, um relevante contingente militar para a vila do Lombe, numa tentativa de manter o reino de Cassange sob vigilância e controle.

Em 1850 explode a primeira guerra do Cassange, entre reino de Portugal e o reino de Cassange, onde os portugueses conseguem empreender a queda do rei Bumba (1850), sem contudo derrotar as forças nativas, havendo necessidade de uma segunda campanha (1851). Menos de um ano depois, em 1852, explode a segunda guerra do Cassange, onde as forças nativas impõem severas derrotas aos contingentes coloniais, permitindo o regresso do rei Bumba. Para preservar seu trono, Bumba oferece vassalagem.

O chefe tribal da Passagem-Feira de Ma-lanji, ao ver os resultados da guerra de Baixa de Cassange ao sul e leste, se antecipa a alguma intervenção portuguesa e oferece estatuto de "moradores" aos comerciantes lusitanos, em 1852. As autoridades coloniais a transformam no povoado de Malanje e erguem a paróquia de Nossa Senhora de Assunção.

Após quase uma década de relativa tranquilidade, ocorre a terceira guerra do Cassange (1861-1862), após a recusa do rei Bumba em continuar a prestar vassalagem aos portugueses, declarando a independência do reino de Cassange. A resposta lusitana foi esmagadora, derrotando o reino sublevado.

Fundação do forte e do distrito de Lunda

Em 1862, após o fim da terceira guerra do Cassange, as autoridades colonias resolvem fundar o Forte de Malanje, e; em 1867/68 finalmente elevar a vila de Malanje como sede do Concelho.[3]

Em 13 de julho de 1895 é criado o "distrito de Lunda", para administração portuguesa junto ao Protetorado Lunda-Chócue. A capital foi assentada em Saurimo e; preterida em 1896 para Malanje, permanecendo até o ano de 1921, quando volta novamente para Saurimo.

Na década de 1900 a região passa por um enorme processo de integração com o restante da colônia, quando a linha do Caminho de Ferro de Luanda, que liga Malanje a Luanda é concluída.

Da criação do distrito de Malanje ao período das guerras

Até o início da década de 1920 a a região de Malanje estava conectada administrativamente com o distrito de Lunda (atual Lunda Sul) quando, em 1921, o governador colonial José Norton de Matos devolve a capital distrital de Lunda para a cidade de Saurimo, e; no ato seguinte cria o distrito de Malanje, fixando sede na cidade homônima. Em 1972 o distrito tornou-se província

É em Malanje que estoura a guerra colonial numa revolta laboral que ocorre em 4 de janeiro de 1961, a Revolta da Baixa do Cassange ou "Guerra de Maria", onde se dá um levantamento popular dos milhares de trabalhadores dos campos de algodão da companhia Luso-Belga Cotonang. As duras condições de trabalho e de vida, a constante repressão aliada à influência da independência do Congo em junho de 1960 (na região do Cassange viviam os congos que tinham origens comuns com povos do Congo), foram os principais factores que deram origem à sublevação destes angolanos. Os trabalhadores decidiram fazer greve e armaram-se de catanas e canhangulos (espingardas artesanais). Os revoltosos destroem plantações, pontes e casas. A resposta das forças portuguesas é dura e violenta, através de companhias de caçadores especiais e bombas incendiárias lançadas de aviões da Força Aérea Portuguesa (FAP), tendo provocado um número bastante elevado de mortos: entre 200 a 300, ou mesmo alguns milhares.[6] Todos estes acontecimentos são ocultados do público em geral. Este dia é lembrado em Angola como o Dia dos Mártires da Baixa de Cassange, e terá sido o acontecimento que "despertou consciência patriótica dos angolanos e de unidade dos angolanos em prol da sua liberdade".

Em 1968, o MPLA abre a "Frente Leste" fazendo de Malanje sua IV Região Militar, criando a "Rota Agostinho Neto", onde tiveram lugar os maiores combates entre o movimento e as forças portuguesas. Em 1973 Portugal retoma a região, que cai sob domínio da UNITA já em 1975, com pouquíssimas ações do FNLA ao norte. Em 1977 o MPLA começa a executar uma enorme ação militar na província, sendo que a mesma volta ao domínio do movimento na década de 1980.


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Malanje_(província)

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Símbolo

Quedas de Calandula

Quedas de Calandula

Considerada uma das 7 maravilhas naturais de Angola.